Eu sou por Natureza feito para meu próprio bem; não para meu próprio mal.

Dos Ensinamentos Áureos de Epicteto.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

SOBRE PSEUDÔNIMOS 03

Um italiano do século 18, viajando por uma cidade alemã, foi questionado pelo burgomestre da seguinte maneira:
— Por que você assume um nome falso?
E prosseguiu, dizendo:
— Seu nome é Casanova. Então, por que você se apresenta como Seingalt?
Casanova, o acima referido viajante italiano do século 18, assim respondeu:
— Eu assumi esse nome, ou melhor eu o assumo, porque me pertence, e de tal maneira que, se qualquer pessoa se atrever a assumi-lo, eu o contestarei, como minha propriedade, por todos os meios legítimos.
— Ah! e por que é que este nome pertence a você?
— Porque eu o inventei; mas isso não me impede de ser Casanova também.
O burgomestre indagou:
— Afinal de contas, como alguém pode inventar um nome?
— É a coisa mais simples no mundo — Casanova respondeu.
— Tenha a bondade de me explicar isso.
— O alfabeto pertence de modo igual à espécie humana inteira; ninguém pode negar isso. Eu escolhi oito letras e as combinei de modo a elaborar a palavra Seingalt.  Me agradou, e eu a adotei como meu sobrenome, estando persuadido firmemente de que, como ninguém tinha assumido este nome antes, ninguém poderia me privar dele, ou assumi-lo sem meu consentimento.
Suas memórias, que escreveu em francês — Histoire de Ma Vie — e assinou como Jacques Casanova de Seingalt, merecem leitura, mesmo por quem não tem curiosidade histórica, nem se interessa pelos usos e costumes da Europa durante o 18º século.
A propósito: os filmes baseados na Histoire de Ma Vie não chegam perto da qualidade do livro.

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