FORMAS POÉTICAS 38 — SONETO [2]
O soneto petrarquesco — cuja forma Petrarca definiu na Itália — foi modificado em França por Clément Marot, que introduziu nos catorze versos a única disposição dos tercetos proibida anteriormente: a criação de um dístico no meio do poema. O soneto seguinte, de autoria de Augusto dos Anjos, segue a forma do soneto francês 'marotiano', com esquema rímico abba abba ccd eed.
O soneto petrarquesco — cuja forma Petrarca definiu na Itália — foi modificado em França por Clément Marot, que introduziu nos catorze versos a única disposição dos tercetos proibida anteriormente: a criação de um dístico no meio do poema. O soneto seguinte, de autoria de Augusto dos Anjos, segue a forma do soneto francês 'marotiano', com esquema rímico abba abba ccd eed.
IDEALISMO
Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isso que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?!
Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade é uma mentira.
É. E é por isso que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?!
Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
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