FORMAS POÉTICAS 38 — SONETO [1]
A palavra soneto vem do italiano 'sonetto', derivada por sua vez de 'son', que era um tipo de canção ou poema dos trovadores provençais.
O soneto é um poema composto por catorze versos decassílabos, agrupados em duas quadras — com rimas alternadas ou cruzadas — e dois tercetos com rima variada.
Sua invenção é atribuída a Giacomo (ou Jacopo) da Lentini, poeta siciliano que adaptava as poesias dos trovadores ao italiano.
O soneto seguinte — da poetisa Gilka Machado — segue o esquema rímico abab abab cdc ede.
A palavra soneto vem do italiano 'sonetto', derivada por sua vez de 'son', que era um tipo de canção ou poema dos trovadores provençais.
O soneto é um poema composto por catorze versos decassílabos, agrupados em duas quadras — com rimas alternadas ou cruzadas — e dois tercetos com rima variada.
Sua invenção é atribuída a Giacomo (ou Jacopo) da Lentini, poeta siciliano que adaptava as poesias dos trovadores ao italiano.
O soneto seguinte — da poetisa Gilka Machado — segue o esquema rímico abab abab cdc ede.
AO VENTO
Na plena solidão de um amplo descampado,
penso em ti e que tu pensas em mim suponho;
tenho toda a feição de um arbusto isolado,
abstrato o olhar, entregue à delícia de um sonho.
O vento, sob o céu de brumas carregado,
passa, ora langoroso, ora forte, medonho!
e tanto penso em ti, ó meu ausente amado,
que te sinto no vento e a ele, feliz, me exponho!
Com carícias brutais e com carícias mansas,
cuido que tu me vens, julgo-me apenas tua,
— sou árvore a oscilar, meus cabelos são franças...
E não podes saber do meu gozo violento
quando me fico, assim, neste ermo, toda nua,
completamente exposta à volúpia do vento!
Na plena solidão de um amplo descampado,
penso em ti e que tu pensas em mim suponho;
tenho toda a feição de um arbusto isolado,
abstrato o olhar, entregue à delícia de um sonho.
O vento, sob o céu de brumas carregado,
passa, ora langoroso, ora forte, medonho!
e tanto penso em ti, ó meu ausente amado,
que te sinto no vento e a ele, feliz, me exponho!
Com carícias brutais e com carícias mansas,
cuido que tu me vens, julgo-me apenas tua,
— sou árvore a oscilar, meus cabelos são franças...
E não podes saber do meu gozo violento
quando me fico, assim, neste ermo, toda nua,
completamente exposta à volúpia do vento!
Gilka Machado, in Estados de Alma.
Franças = Conjunto das ramificações menores da copa das árvores.
Franças = Conjunto das ramificações menores da copa das árvores.
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