"A 10 de novembro de 1840 penetravam a bordo do patacho Saraiva, ancorado a pouca distância do cais, na Bahia, um pretinho de dez anos, e que seria mais tarde o poeta e abolicionista Luiz Gama, o pai deste, homem branco, e jogador, que o tivera de uma preta-mina, e o dono de uma casa de tavolagem, de nome Quintela.
Enquanto o menino se distraía com os marinheiros, os dois entram em entendimento com o capitão, e retomam o bote que os trouxera. Ao vê-los partir, o negrinho corre, chega à escada, e grita:
- Meu pai? meu pai? não me leva?
- Eu volto já, para te levar, - informou o miserável.
E o menino, compreendendo tudo, num ímpeto de dor e de revolta:
- Meu pai, o senhor me vendeu !...
E era verdade. Foi assim, vendido, que Luiz Gama veio para o Rio, e foi, escravo, do Rio para São Paulo."
Enquanto o menino se distraía com os marinheiros, os dois entram em entendimento com o capitão, e retomam o bote que os trouxera. Ao vê-los partir, o negrinho corre, chega à escada, e grita:
- Meu pai? meu pai? não me leva?
- Eu volto já, para te levar, - informou o miserável.
E o menino, compreendendo tudo, num ímpeto de dor e de revolta:
- Meu pai, o senhor me vendeu !...
E era verdade. Foi assim, vendido, que Luiz Gama veio para o Rio, e foi, escravo, do Rio para São Paulo."
O que Humberto de Campos não contou foi que Luiz Gama nasceu livre, filho de uma negra livre e de um branco, de família importante na Bahia da época. Seu pai o vendeu como escravo. Luiz Gama foi analfabeto até os 17 anos. Conseguiu sua alforria, estudou e se tornou um grande batalhador contra a escravidão. É um exemplo de ser humano, realmente digno desse nome.
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