Eu sou por Natureza feito para meu próprio bem; não para meu próprio mal.

Dos Ensinamentos Áureos de Epicteto.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SONETO 12 — António Ferreira

Quando entoar começo com voz branda
Vosso nome d'amor, doce, e suave,
A terra, o mar, vento, água, flor, folha, ave
Ao brando som s'alegra, move, e abranda.

Nem nuvem cobre o Céu, nem na gente anda
Trabalhoso cuidado, ou peso grave,
Nova cor toma o Sol, ou se erga, ou lave
No claro Tejo, e nova luz nos manda.

Tudo se ri, se alegra, e reverdece.
Todo Mundo parece que renova,
Nem há triste planeta, ou dura sorte.

A minh'alma só chora, e se entristece.
Maravilha d'Amor cruel, e nova!
O que a todos traz vida, a mim traz morte.

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