Eu sou por Natureza feito para meu próprio bem; não para meu próprio mal.

Dos Ensinamentos Áureos de Epicteto.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

SOBRE A IMORTALIDADE - Chang Shihyuan [1755-1824]

  Todas as coisas vivas deste universo morrem. Entre plantas, aves, animais e insetos, uns nascem pela manhã e morrem à tarde, uns têm o período de um ano de vida, e uns duram dez, ou cem, ou mil anos. Mas todos morrem. A diferença está simplesmente na extensão do tempo.
  O mesmo é exato quanto ao homem. Quando está vivo, trabalha e se ocupa com alguma coisa, e preocupa-se e planeja como se fosse viver para sempre. Mas, quando seu espírito se dispersa e ele morre, não consegue sequer que cresça carne bastante para lhe cobrir os ossos brancos. A morte lhe chega exatamente como chega às plantas, aves, animais e insetos.
  Um homem educado tem consciência desse fato. Portanto, não encara a vida e a morte como dependentes da existência ou não existência da forma corpórea, e sim do desenvolvimento ou decadência de seu espírito de vida. Quando alguém está perfeitamente bem de corpo, mas seu espírito vital se foi, pode por certo ser tido como morto. Se, porém, o espírito de vida de alguém se desenvolveu para encontrar expressão em princípios de verdade e justiça, ou na literatura, torna-se ele então parte do grande rio da vida deste universo. Está liberto, então, dessa dependência de um corpo material.
  Nos clássicos e na história encontramos os sábios antigos, que morreram há muito tempo, mas cujas luzes brilham através das eras como as estrelas e o sol. Posso em verdade dizer que esses homens ainda estão vivendo conosco. Assim, ser o homem mortal ou imortal depende inteiramente do próprio homem. Todavia, todos os homens morrem e poucos realmente há que se tornam imortais. O intelectual deveria decidir-se e confiar em si mesmo.

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