FORMAS POÉTICAS 26 — ODE [1]
Dada a complexidade dessa forma, que mudou muito ao longo dos séculos, vou começar pela ode anacreôntica, também chamada ode amorosa ou pastoril. Seus temas são espirituosos e o tratamento é ligeiro, mesmo quando a presença da morte se faz sentir. O exemplo vem do próprio Anacreonte, traduzido (de passagem) da versão francesa de Leconte de Lisle.
Dada a complexidade dessa forma, que mudou muito ao longo dos séculos, vou começar pela ode anacreôntica, também chamada ode amorosa ou pastoril. Seus temas são espirituosos e o tratamento é ligeiro, mesmo quando a presença da morte se faz sentir. O exemplo vem do próprio Anacreonte, traduzido (de passagem) da versão francesa de Leconte de Lisle.
ODE 5
Sobre a rosa
Sobre a rosa
Mesclemos a Dioniso a rosa de Eros, e, a cabeça cingida de belas folhas de rosas, bebamos, rindo docemente.
A rosa é a honra e o encanto das flores; a rosa é o desejo e o desvelo da primavera; a rosa é a volúpia dos deuses!
O filho de Vênus se coroa de corolas de rosas, quando ele se mistura com o coro das Graças.
Coroai-me então, ó Dioniso, a fim de que, os cabelos ornados de rosas, eu cante nos templos, e que eu dirija as danças, acompanhado por uma bela jovem!
A rosa é a honra e o encanto das flores; a rosa é o desejo e o desvelo da primavera; a rosa é a volúpia dos deuses!
O filho de Vênus se coroa de corolas de rosas, quando ele se mistura com o coro das Graças.
Coroai-me então, ó Dioniso, a fim de que, os cabelos ornados de rosas, eu cante nos templos, e que eu dirija as danças, acompanhado por uma bela jovem!
Na mesma temática, há o poema de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa:
Coroai-me de rosas,
Coroai-me em verdade,
De rosas —
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
Tão cedo!
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
E basta.
Coroai-me em verdade,
De rosas —
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
Tão cedo!
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
E basta.
E, para encerrar com brilho, a 1ª Ode Anacreôntica do extraordinário brasileiro e poeta, Natividade Saldanha, O Galo de Campina.
Campino galo
De garbo cheio,
No prado voa
De amar contente;
orna-lhe a frente
Vermelha c'roa.
Ave tão bela
Não viu ninguém.
Colar purpúreo
Lhe adorna o peito;
Quando ele entoa
Doces amores
Por entre as flores
A voz ressoa.
Ave tão bela
Não viu ninguém.
De garbo cheio,
No prado voa
De amar contente;
orna-lhe a frente
Vermelha c'roa.
Ave tão bela
Não viu ninguém.
Colar purpúreo
Lhe adorna o peito;
Quando ele entoa
Doces amores
Por entre as flores
A voz ressoa.
Ave tão bela
Não viu ninguém.
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