FORMAS POÉTICAS 13 — DITIRAMBO
Poema dedicado ao deus do vinho, Dionísio (Baco para os antigos romanos), expressando entusiasmo, jovialidade ou delírio.
Poema dedicado ao deus do vinho, Dionísio (Baco para os antigos romanos), expressando entusiasmo, jovialidade ou delírio.
Conviva, enchamos as finas taças
dos claros vinhos no loiro rio!
deixem-se as mágoas vãs das desgraças,
do Pensamento negro e sombrio:
seja a Alegria quem do horizonte
derrame os gozos na nossa fronte!
Bebe! Se sonhas nas noites tuas
das mil volúpias doido furor,
verás em bandos, mulheres nuas
virem falar-te de ardente amor...
Verás, convulsos, por sobre os leitos
corpos em ânsias de ardor desfeitos!
Bebe! Se sentes no arfar do peito
nome de virgem casto surgindo,
verás — do Vinho sublime efeito —
Ela a teus braços chegar, sorrindo...
Então, no afeto dos puros beijos,
serão cumpridos os teus desejos.
Bebe! Se queres a eterna glória
para teu nome de luz banhar,
nos olhos baços — febre ilusória —
o Mundo inteiro verás clamar...
Vivas, aplausos, gritos ardentes...
as turbas loucas dirão frementes...
Bebe! E se ao cabo da noite escura
— hora de crimes torpes, medonhos —
o brilho vivo da razão pura
varrer-te acaso da mente os sonhos,
cerra os ouvidos à voz do povo:
— ergue teu cálix, bebe de novo!
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