Eu sou por Natureza feito para meu próprio bem; não para meu próprio mal.

Dos Ensinamentos Áureos de Epicteto.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

CANÇÃO BÁQUICA — Medeiros e Albuquerque

FORMAS POÉTICAS 13 — DITIRAMBO
Poema dedicado ao deus do vinho, Dionísio (Baco para os antigos romanos), expressando entusiasmo, jovialidade ou delírio.

Conviva, enchamos as finas taças
dos claros vinhos no loiro rio!
deixem-se as mágoas vãs das desgraças,
do Pensamento negro e sombrio:
seja a Alegria quem do horizonte
derrame os gozos na nossa fronte!

Bebe! Se sonhas nas noites tuas
das mil volúpias doido furor,
verás em bandos, mulheres nuas
virem falar-te de ardente amor...
Verás, convulsos, por sobre os leitos
corpos em ânsias de ardor desfeitos!

Bebe! Se sentes no arfar do peito
nome de virgem casto surgindo,
verás — do Vinho sublime efeito —
Ela a teus braços chegar, sorrindo...
Então, no afeto dos puros beijos,
serão cumpridos os teus desejos.

Bebe! Se queres a eterna glória
para teu nome de luz banhar,
nos olhos baços — febre ilusória —
o Mundo inteiro verás clamar...
Vivas, aplausos, gritos ardentes...
as turbas loucas dirão frementes...

Bebe! E se ao cabo da noite escura
— hora de crimes torpes, medonhos —
o brilho vivo da razão pura
varrer-te acaso da mente os sonhos,
cerra os ouvidos à voz do povo:
— ergue teu cálix, bebe de novo!

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