FORMAS POÉTICAS 15 — EPITALÂMIO
O epitalâmio celebra o matrimônio. Pertence ao gênero lírico. Seguem as seis primeiras estrofes do Epitalâmio da Excelentíssima Senhora D. Maria Amália, que Basílio da Gama escreveu em oitava rima, para o casamento da filha do marquês de Pombal.
O epitalâmio celebra o matrimônio. Pertence ao gênero lírico. Seguem as seis primeiras estrofes do Epitalâmio da Excelentíssima Senhora D. Maria Amália, que Basílio da Gama escreveu em oitava rima, para o casamento da filha do marquês de Pombal.
1
Ninfas desta aspereza aos Céus vizinha,
Cingi-me a fronte do arrojado loiro:
Torne a correr a mão cansada minha
C'o plectro de marfim as cordas de oiro.
Oiça dos sete montes a Rainha,
Oiça o Danúbio, e o pátrio Tejo, e o Doiro.
Amor na minha cítara se esconda,
E Amália, Amália o Eco me responda.
2
Vejo os Cisnes das penas prateadas
Trazer do Céu sobre o fecundo leito
Fitas de rosas no pescoço atadas,
Estrelas de oiro no encrespado peito.
Já dão caminho as nuvens envoladas,
Já sente a terra o amoroso efeito.
Deixa rasto de luzes no ar que trilha
A bela Deusa das escumas filha.
3
Vem, ó santo Himeneu, desce dos ares,
Coroado de lírios e de rosas,
Rodeiem teus puríssimos altares
Do Tejo as mansas águas vagarosas.
Destes bosques as Deusas tutelares,
Ornando as tranças negras e formosas,
Irão co'as nuas Graças, e os Amores,
Pelo chão espalhando as brancas flores.
4
Esposo afortunado, em quem tem posto
A pátria as suas doces esperanças,
No meio dos aplausos e do gosto,
Ah! conhece o que logras, e o que alcanças.
A Fortuna, que a tantos volta o rosto,
Te põem na mão as fugitivas tranças.
Prêmio do teu ardor, a Deusa cega
Quanto te pode dar tudo te entrega.
5
Estas faces mimosas e serenas,
A boca onde se forma o doce encanto,
Causa de tanto susto e tantas penas,
Os olhos, que enche o vergonhoso pranto,
A garganta de neve e de açucenas,
Tão desejada, e suspirada tanto,
(Olha os sinais da doce mágoa sua)
Alma feliz, esta beleza é tua.
6
Entra, Esposa imortal, de Amor no Templo,
Dá à Pátria, que te ama, e se desvela,
Doces frutos de amor (eu os contemplo),
Sucessão numerosa, ilustre, e bela:
Que siga os passos, e o paterno exemplo,
E se deixe guiar da sua estrela.
Que de fortes leões leões se geram,
Nem os filhos das águias degeneram.
Ninfas desta aspereza aos Céus vizinha,
Cingi-me a fronte do arrojado loiro:
Torne a correr a mão cansada minha
C'o plectro de marfim as cordas de oiro.
Oiça dos sete montes a Rainha,
Oiça o Danúbio, e o pátrio Tejo, e o Doiro.
Amor na minha cítara se esconda,
E Amália, Amália o Eco me responda.
2
Vejo os Cisnes das penas prateadas
Trazer do Céu sobre o fecundo leito
Fitas de rosas no pescoço atadas,
Estrelas de oiro no encrespado peito.
Já dão caminho as nuvens envoladas,
Já sente a terra o amoroso efeito.
Deixa rasto de luzes no ar que trilha
A bela Deusa das escumas filha.
3
Vem, ó santo Himeneu, desce dos ares,
Coroado de lírios e de rosas,
Rodeiem teus puríssimos altares
Do Tejo as mansas águas vagarosas.
Destes bosques as Deusas tutelares,
Ornando as tranças negras e formosas,
Irão co'as nuas Graças, e os Amores,
Pelo chão espalhando as brancas flores.
4
Esposo afortunado, em quem tem posto
A pátria as suas doces esperanças,
No meio dos aplausos e do gosto,
Ah! conhece o que logras, e o que alcanças.
A Fortuna, que a tantos volta o rosto,
Te põem na mão as fugitivas tranças.
Prêmio do teu ardor, a Deusa cega
Quanto te pode dar tudo te entrega.
5
Estas faces mimosas e serenas,
A boca onde se forma o doce encanto,
Causa de tanto susto e tantas penas,
Os olhos, que enche o vergonhoso pranto,
A garganta de neve e de açucenas,
Tão desejada, e suspirada tanto,
(Olha os sinais da doce mágoa sua)
Alma feliz, esta beleza é tua.
6
Entra, Esposa imortal, de Amor no Templo,
Dá à Pátria, que te ama, e se desvela,
Doces frutos de amor (eu os contemplo),
Sucessão numerosa, ilustre, e bela:
Que siga os passos, e o paterno exemplo,
E se deixe guiar da sua estrela.
Que de fortes leões leões se geram,
Nem os filhos das águias degeneram.
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